Introdução
Um sistema de distribuição de água é o conjunto de tubulações, reservatório e bombas que tem a finalidade de atender, dentro de condições sanitárias, de vazão e pressão convenientes, a cada um dos diversos pontos de consumo de uma cidade ou setor de abastecimento.
Neste trabalho faremos o dimensionamento de uma rede de distribuição de água, com respectivos cálculos de vazões, diâmetros, perda de carga, nível mínimo e máximo do reservatório, bem como detalhamentos dos projetos de locação e do reservatório elevado.
A análise das informações hidrológicas, topográficas, geológicas e outras da fisiografia regional colhidas em um diligente levantamento prévio combinadas com dados obtidos para a demanda ou consumo, apontará, o projeto mais adequado conciliando os aspectos qualitativo e quantitativo com aspecto hidrotécnico, sanitário e econômico.
Este memorial tem por finalidade determinar as especificações para o dimensionamento e traçado de rede de um sistema de abastecimento para a área proposta.
Fundamentos teóricos
Sistema de abastecimento d’água é o serviço público responsável pelo suprimento de água para atendimento das necessidades de uma comunidade.
Abastecimento rudimentar
Chama-se de abastecimento rudimentar o consumo da água sem o emprego prévio de técnicas efetivas de condicionamento apropriado da água bruta.
O abastecimento rudimentar compreende:
· captação manual;
· transporte pessoal ou com tração animal e
· armazenamento em tonéis, potes, jarras, etc.
Abastecimento Urbano de Água
O fornecimento de água para ser satisfatório deve ter como princípios a seguinte dualidade: quantidade e qualidade.
Objetivos do abastecimento
Um sistema de abastecimento urbano de água deve funcionar ininterruptamente fornecendo água potável para que as seguintes perspectivas sejam alcançadas:
· controle e prevenção de doenças;
· melhores condições sanitárias (higienização intensificada e aprimo-ramento das tarefas de limpeza doméstica em geral);
· conforto e segurança coletiva (limpeza pública e instalações anti-incêndio);
· desenvolvimento de práticas recreativas e de esportes;
· maior número de áreas ajardinadas, parques, etc;
· desenvolvimento turístico, industrial e comercial.
Doenças relacionadas com a água
A água mal condicionada às condições de potabilidade pode ser responsável pela transmissão de uma série de enfermidades ao consumidor. Estas doenças podem ser classificadas em dois grupos, de acordo com o modo de transmissão: primárias e secundárias.
· Primárias :
São aquelas cujo processo de transmissão tem a água como veiculação principal, ou seja, a água é a principal responsável pela contaminação do indivíduo que se dá, normalmente, por ingestão da mesma quando infectada. As mais conhecidas são: cólera; febre tifóide; febre paratifóide; disenterias bacilares; amebíases.
· Secundárias :
São enfermidades em geral endêmicas, cujo agente infeccioso necessita de um hospedeiro intermediário entre o indivíduo portador e o a ser contaminado. Também se enquadram nesta condição as deficiências orgânicas causadas pelo consumo insuficiente ou exagerado de certos elementos necessários ao desempenho de determinadas funções do corpo humano. As mais comuns são: ascaridioses; infecções nos olhos, garganta e ouvidos; cáries; bócio; fluorose ; saturnismo (envenenamento cumulativo por chumbo); ancilostomose (doença conhecida como amarelão); esquistosomose; poliomielite; hepatite; solitária; leptospirose ; tuberculose e infecções generalizadas.
Ganhos econômicos
O consumo de água saudável implica em menores possibilidades de pessoas doentes na comunidade, ou mesmo períodos mais curtos para recuperação de pessoas enfermas. Consequentemente, teremos:
· uma maior vida média por pessoa;
· menor índice de mortalidade (principalmente mortalidade infantil);
· maior produtividade (as pessoas terão mais disposição para trabalhar);
· mais horas de trabalho (menos horas de internações ou de repousos domésticos devido a enfermidades infecciosas e/ou contagiosas).
Uso da água
No dia a dia das comunidades urbanas o abastecimento de água deve suprir as diversas modalidades de consumo. O destino da água distribuída, em geral, é o seguinte:
· uso doméstico (bebida, banhos, limpezas em geral);
· gasto público (edifícios públicos, fontes ornamentais, proteção contra incêndios);
· consumo comercial e industrial (unidades comerciais, consumo industrial, centrais de condicionamento de ar);
· perdas e desperdícios (deficiências das instalações e má utilização).
Define-se como perda aquela água que não alcança os pontos de consumo por deficiências ou problemas do sistema, por exemplo, vazamentos na rede, extravasão em reservatórios, rompimento de adutoras, etc.
Considera-se como desperdício a água que é má utilizada pelo consumidor, ou seja, que não é empregada nas finalidades que se destina, por exemplo, uma torneira aberta sem necessidade, uma caixa extravasando continuamente, aguamento displicente de ruas frontais a edificação, etc.
A perda caracteriza-se por ser de responsabilidade do sistema, encarecendo o preço médio da conta dos usuários, enquanto que o desperdício é de responsabilidade do consumidor que arcará individualmente com seus custos.
Em condições ideais a soma perda-desperdício deveria ser nula, mas é normal atingir 20% e não é novidade que este valor chegue aos incríveis 60% do total captado em nossos sistemas.
Fatores que influenciam no consumo
O volume de água em uma comunidade dependerá de uma série de circunstâncias que farão com que este valor seja mais ou menos intenso. Os mais notáveis são:
· características da população (hábitos higiênicos, situação econômica, educação sanitária);
· desenvolvimento da cidade;
· presença de indústrias;
· condições climáticas;
· características do sistema (quantidade e qualidade da água, sistemas de medição, pressão na rede, etc);
A repetição de procedimentos higiênicos ao longo do dia, bem como a condição financeira para pagar uma conta mais alta de água consumida, aumenta a demanda de água. As cidades quanto mais desenvolvidas, mais áreas ajardinadas terão, assim como mais carros, mais edifícios públicos, maiores possibilidades de incêndios, etc., que elevam o consumo. A presença industrial, principalmente de processos de transformação que utilizam água no processamento e no produto final (fabricação de bebidas, por exemplo) também será um fator de elevação do consumo médio.
Quanto às condições climáticas há uma tendência de redução de consumo nos períodos mais frios e aceleração a medida que a temperatura da estação aumenta. O fornecimento contínuo de água bem como a boa qualidade da mesma, são fatores que favorecem a demanda, considerando que sempre que se precisar de água ela esteja disponível, o que é a situação inversa de quando o fornecimento não é regular.
As condições de pressão na rede também são importantes visto que quanto maior for a pressão, maior será a vazão fornecida por peças sanitárias idênticas. Por outro lado a instalação de medidores de consumo nos ramais prediais são, certamente, instrumentos de inibição do consumo do usuário.
Abastecimento convencional
São as seguintes as unidades de um sistema:
· Captação: estrutura para retirada de água do manancial;
· Adução: canalização de transporte da água entre as diversas unidades do sistema;
· Tratamento: retirada das impurezas indesejáveis ao emprego final da água;
· Reservação: armazenamento dos excessos de água para compensações de equilíbrio, de emergência ou acidental e anti-incêndio;
· Distribuição: condução através de canalizações (tubulações) até os pontos de consumo.
Consumo de água
Média per capta é a relação entre o volume de água distribuído na comunidade e a população consumidora (inclui demandas comercial, pública, de indústrias que não consomem volume significativo de água no seu processamento e perdas).
Variação no consumo
Sabemos que ao longo do ano o consumo varia dia após dias, sendo bastante raciocinarmos em termos das variações climáticas. Assim sendo teremos dias de consumo maiores que o médio e, consequentemente, dias de menor demanda, resultando em que teremos um valor médio diário, um dia de maior demanda e um dia de menor volume consumido.
Para determinação dos valores médio, mínimo e máximo do consumo empregam-se as seguintes expressões:
Consumo médio: P.q;
Consumo máximo diário: K1.P.q, onde K1 é a relação entre o dia de maior demanda no ano e o consumo médio diário, em geral adotado entre 1,20 e 1,50;
Consumo máximo horário: K2.K1.P.q / 86400, onde K2 é a relação entre o volume máximo horário do dia de maior demanda e o consumo médio do dia de maior demanda, tendo como valor mais freqüentemente 1,50.
Em algumas situações, onde houver necessidade de se trabalhar com consumos mínimos, emprega-se K3.P.q, com K3 = 0,50, caso não haja informações mais precisas.
SANEAMENTO BÁSICO
Capítulo:
Abastecimento de água
Norma Brasileira
de Abastecimento de Água
- NB 587/77
Elaboração de estudo de concepção de sistemas de abastecimento de
água.
- NB 594/77
Elaboração de projetos hidráulicos de redes de distribuição de água
potável para
abastecimento público.
- NB 593/77
Elaboração de projetos de reservatório de distribuição de água para
abastecimento
púbico.
- NB 592/77
Elaboração de projetos de sistemas de tratamento de água para
abastecimento
público.
- NB 591/77
Elaboração de projetos d sistemas de adução de água para
abastecimento
público.
- NB 588/77
Elaboração de projetos de poços tubulares profundos para captação de
água subterrânea
para abastecimento público.
- NB 589/77
Elaboração de projetos hidráulicos de sistemas de captação de água de
superfície para
abastecimento público.
- NB 590/77
Elaboração de projetos de sistemas de bombeamento de água para
abastecimento
público. Disciplina: Saneamento Básico
Capítulo:
Abastecimento de Água
Conceitos
Fundamentais
Saúde: é um estado de completo bem-estar
físico, mental e social, não apenas a ausência
de doença
ou enfermidade (O.M.S.)
Saúde Pública: é a ciência e a arte de promover,
proteger e recuperar a saúde, através de
medidas
de alcance coletivo e de motivação da população.
Saneamento: é o controle de todos os fatores
do meio físico do homem, que exercem ou
podem
efeito nocivo sobre o seu bem-estar físico, mental ou social (O.M.S.).
Direito à Saúde : o gozo
de melhor estado de saúde, constitui um direit o fundamental de
todos os
seres humanos, sejam quais forem sua raça, sua religião, suas opiniões
políticas, sua
condição
econômica e social. (Preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da
Saúde).
Objetivos do Saneamento:
(atividades)
-
abastecimento de água
- coleta e disposição de águas residuárias
- acondicionamento, coleta, transporte e destino final
do lixo
- controle da poluição das águas
- controle da poluição do ar
-
saneamento do leite e dos alimentos em geral
-
controle de artrópodes e de roedores de significação em saúde pública
-
saneamento da habitação e dos locais de trabalho, de educação e de recreação
-
saneamento de planejamento territorial.
Terminologia: é interessante que o profissional
ao ingressar no campo do saneamento
esteja
familiarizado com os termos técnicos usuais (ver pg 14 do livro Técnica de
Abastecimento e
Tratamento
de Água - vol. I)
Hidrologia: conhecimento adquirido na
disciplina Hidrologia.
Mananciais
São as
fontes de abastecimento de água, como exemplos: rios, lagos, nascentes, lençol
freático.
lençol artesiano.
Importância da água
Necessidade
da água: Hiprócrates (460-350 A.C.) já afirmava “a influência da água sobre a
saúde é
muito grande”.
O homem
necessita de água com qualidade e em quantidade suficiente para suprir suas
necessidades,
proteger sua saúde e promover o seu desenvolvimento econômico.
Influência da água do ponto de vista sanitário
O
abastecimento público de água constitui o melhor investimento em benefício da
saúde
pública.
Exemplo: Abaixo apresentamos um gráfico
que representa a redução simultânea da taxa de mortalidade por febre tifóide,
nos Estados Unidos, com o aumento dos sistemas públicos de abastecimento de
água.
Importância econômica do abastecimento de água
A
importância econômica do abastecimento de água é também de grande relevância.
Sua
implantação
se traduz num aumento de vida média da população servida, numa diminuição da
mortalidade em geral e, em particular, da infantil, numa redução do número de
horas perdidas com diversas doenças. Estes fatos se refletem, portanto, num
aumento sensível do número de horas de trabalho dos membros de uma comunidade,
e com isto aumento de produção.
Aproveitamento dos recursos hídricos naturais
O
crescimento dos centros urbanos, a industrialização e a intensificação das atividades
agropecuárias,
que se utilizam da água, obrigam que a utilização dos recursos hídricos
naturais sejam adequadamente planejada. O planejamento do uso da água nas
bacias hidrográficas possibilita uma distribuição racional e o estabelecimento
dos graus de proteção dos mananciais, segundo o tipo de uso previsto.
A água na transmissão de doenças
Os
sistemas de abastecimento de água das comunidades necessitam de projetos bem
elaborados,
assim como bem construídos e conservados e operados, para que a água não torne
veículo de transmissão de diversas doenças. Nas estações de tratamento, a
qualidade da água deve sofrer sistemática verificação. Enquanto que nos
domicílios e edifícios em geral as instalações devem ser vem projetadas e
executadas e, principalmente, os reservatórios devem estar bem protegidos e
periodicamente limpados.m quantidade suficiente para suprir suas necessidades,
proteger sua saúde e promover o seu desenvolvimento econômico.
Saneamento da água e do meio em geral
A
execução de um programa de saneamento da água e do meio em geral, com todas as
atividades
devidamente equacionadas, permitirá ao homem atingir o estado de saúde, no seu
sentido amplo, usufruindo assim melhor a sua existência, elevando-se material e
espiritualmente e, atingindo a sensação de verdadeiro bem estar geral.
Consumo de água
Introdução
O
dimensionamento de um sistema de abastecimento de água exige, na época da
elaboração
do projeto, o conhecimento das vazões das partes que o constitui.
A
obtenção dessas vazões de projeto se faz através do conhecimento do consumo de
água
da
comunidade a ser atendida pelo sistema. Para isto é necessário conhecer o
número de habitantes que se quer atender e a quantidade de água que cada
indivíduo consome.
Utiliza-se
no dimensionamento das diversas partes que compõe o sistema, um consumo
médio,
coeficientes de majoração de consumo devido às variações da demanda e uma
população estimada para projeto.
Usos da água
O consumo
ou destino da água aduzida para uma comunidade pode ser classificada em:
doméstico,
comercial ou industrial, público e perdas e fugas.
Água para usos domésticos
É a água
consumida nas habitações, basicamente para fins potável e alimentar, higiênico,
lavagem
em geral e outros usos eventuais, perdas e desperdícios.
Algumas
pesquisas constataram que o consumo médio diário por indivíduo varia entre 100
e 200
litros.
É sabido
que o consumo doméstico de água aumenta com a elevação do nível de vida da
população.
Água para uso comercial e industrial
O consumo
comercial é aquele destinado ao uso d’água nos restaurantes, bares, hotéis,
pensões,
postos de gasolina, etc. A demanda de água nessas unidades é muito superior à
das
habitações.
O consumo
nas indústrias que utilizam a água para fins de matéria prima, refrigeração,
lavagem, assumem
valores maiores.
O
conhecimento da provável demanda comercial e industrial de água de uma cidade é
de
difícil
determinação, sem que seja feito um levantamento do número de estabelecimentos
e de suas necessidades.
Alguns
valores médios de consumo relacionados a cada tipo de atividade são encontrados
nas
fontes bibliográficas, e poderão ser utilizados na revisão de consumo desses
estabelecimentos.
Exemplos:
- escritórios comerciais: 50 l/pessoa . dia
-
restaurantes: 25 l/pessoa . dia
-
hospitais: 250 l/leito . dia
Água para uso público
Constitui-se
das parcelas de água utilizadas para lavagem de ruas e passeios públicos,
edifícios
e sanitários de uso público, irrigação de jardins, alimentação de fontes e
tanques fluxíveis
de redes
de esgotos.
Consumo médio “per capita”
O consumo
médio “per capita” de uma cidade é determinado pela relação entre o consumo
anual e o número de habitantes servidos multiplicado por 365.
Assim,
para que o consumo médio “per capita” de uma comunidade seja representativo, é
necessário
que o sistema possua funcionamento regular.
qm =
(volume anual fornecido) / (população beneficiada x 365)
O consumo
médio “per capita” de uma cidade inclui os consumos doméstico, comercial,
industrial,
público, as perdas e fugas.
Para a
elaboração de projetos de sistemas de abastecimento de água, o desejável seria
a
utilização
de parâmetros obtidos da própria comunidade, o que exige sistemas regulares de
abastecimento.
Assim, a população teria que ser abastecida ininterruptamente durante todo o
ano da medição. Contudo, na maioria dos casos, o abastecimento é deficiente e
também não se possui dados de medições sistemáticas.
Na falta
de dados da localidade, utiliza-se valores já consagrados, constantes das
normas
para
projetos, elaboradas ou adotadas pelas entidades responsáveis pelos serviços de
abastecimento
de água.
Exercício:
No ano de
1956 foram aduzidos para a cidade de São Paulo, 320.677.122 m3
de água,
provenientes de 6 mananciais. No dia 23 de janeiro, observou-se o maior consumo
diário do ano, isto é, 978.364 m3
. A
população abastecida pelo sistema foi estimada em 2.814.000 habitantes,
que
ocupavam 61.800 domicílios. Pede-se:
a) a
vazão média diária aduzida para a cidade;
b) o
consumo médio “per capita” no ano;
c) a
relação entre o consumo diário máximo e o consumo diário médio no ano.
Fatores que afetam o consumo
Dentre os
fatores que interferem no consumo de água, o clima; os hábitos e nível de vida
da
população; a natureza da cidade; o tamanho da cidade; a medição do consumo e a
pressão na rede são os considerados de maior importância.
Influência do clima
Os
fatores climáticos temperatura e umidade exercem grande influência no consumo
“per
capita”
de água. Assim, é que a combinação temperaturas elevadas e umidades baixas
provocam grandes consumos, enquanto que, clima frio e úmido provocam reduzidos
consumos.
Influência dos hábitos da população
Tem-se
constatado que os hábitos da população refletem no consumo de água. A lavagem
de pisos,
a lavagem de logradouros, a irrigação de jardins e de gramados públicos e
particulares, os banhos, a prática das hortas, etc., variam de intensidade de
uma comunidade para outra.
Influência de nível de vida da população
O nível
de vida de uma população interfere no consumo de água. Verifica-se que uma
população
que possui estágio econômico e social mais elevado consome mais água. Isto é
decorrência
da maior utilização de utensílio e máquinas.
Influência da natureza da cidade
As
cidades que possuem maior número de indústrias são as que possuem maior consumo
“per
capita”. Entretanto, é necessário evidenciar que a natureza das indústrias
determinam um consumo maior ou menor de água. Assim, é que nas cidades ou vilas
em que a ocupação é predominantemente residencial, o consumo de água “per
capita” é inferior ao das cidades que possuem indústrias.
Influência do crescimento da cidade
Com o
crescimento da cidade e o conseqüente desenvolvimento comercial e industrial,
aliados à
ampliação dos serviços públicos, bem como à possibilidade de perdas nas
extensas e
muitas
vezes obsoletas redes de distribuição provocam o aumento do consumo de água.
Influência da medição
A
implantação de medidores de consumo nas instalações prediais geram
significativa
redução
na demanda de água. Essa redução é conseqüência da taxação de efetivo consumo
de cada unidade habitacional.
Influência da pressão na rede sobre o consumo
As redes
de distribuição de água que estão submetidas a pressões elevadas provocam
maiores
consumos. É sabido que as instalações prediais possuem alguns aparelhos que
estão
diretamente
ligados à rede pública. Assim, as pressões elevadas da rede são transmitidas
para
esses
aparelhos, tendo como conseqüência maiores consumos nos aparelhos mesmo que a
abertura
sejam
pequenas, como no caso das torneiras e o aumento de fugas, como no caso das
torneiras
bóias dos
reservatórios.
Variações de Consumo
O consumo
de água de uma determinada comunidade não é constante ao longo de um
determinado
período. Assim é que o consumo diário não é constante durante o ano, bem como
também não é constante a vazão horária durante o dia. Essas variações de
consumo são decorrentes das condições climáticas, do estágio de desenvolvimento
econômico e social da comunidade e de seus hábitos.
Variações diárias
O volume
de água distribuído num ano dividido por 365 permite conhecer a vazão média
diária
anual.
A relação
entre o maior consumo diário verificado e a vazão média diária anual, fornece o
coeficiente
do dia e maior consumo.
k1 =
(maior consumo diário verificado)/(consumo médio diário do ano)
O valor
desse coeficiente é variável em função das condições locais. O menor valor,
normalmente
adotado é 1,2 e, em condições singulares, o valor máximo pode atingir até 2,0.
Variações horárias
O consumo
ao longo de um dias também sofre sensíveis variações, sendo que as vazões
horárias
maiores ocorrem nos intervalos de tempo em que a população intensifica as
atividades que necessitam de água. A relação entre a maior vazão horária
observada num dia e a vazão média horária do mesmo dia define o coeficiente de hora
de maior consumo.
k2 =
(maior vazão horária no dia) / (vazão média horária no dia)
O
coeficiente da hora de maior consumo também é bastante variável, sendo o valor
1,5 o
usualmente
empregado na maioria dos projetos, quando não se dispõe de valor próprio da
localidade.
Emprego dos coeficientes de variação de consumo
Os
sistemas de abastecimento púbico de água, normalmente são compostos das
unidades :
captação,
elevação, adução, tratamento, reservação e distribuição. De todas essas
unidades apenas a distribuição necessita ser dimensionada com a vazão do dia e
hora de maior demanda, ou seja, a vazão média é afetada dos coeficientes de
variação do dia e da hora de maior demanda. Enquanto que todas as demais
unidades que antecedem à reservação são dimensionadas com o emprego do
coeficiente de majoração de vazão dia de maior demanda, o que representa
significativa redução de custos.
Período de Projeto
O projeto
de um sistema de abastecimento de água para uma comunidade deve ser projetado
para uma população futura. Essa população é a prevista no fim de um determinado
período. Caso contrário se o sistema fosse projetado para a população atual,
como normalmente as cidades estão crescendo, alguns anos depois as instalações
hidráulicas estariam sobrecarregadas com prejuízos no fornecimento de água.
O período
de alcance de um projeto de abastecimento público de água depende de alguns
fatores,
como: taxa de crescimento populacional, dificuldades de ampliação de
determinadas estruturas ou partes do sistema, custo do capital investido,
durabilidade das obras e equipamentos, período de amortecimento do capital
investido e outros.
No Brasil
o período normalmente adotado é de 20 a 25 anos.
Previsão de população
O
dimensionamento de um sistema de abastecimento de água se faz a partir do
conhecimento do consumo de água no fim do período do projeto. Para tanto é
necessário
conhecer-se
a população nessa época.
BIBLIOGRAFIA
BÁSICA:
AZEVEDO
NETTO, J.M.de. Técnica de abastecimento e tratamento de água. v.1. São Paulo:
FSP/USP,
1973.
Questões
teóricas tipo:
- Quais
as finalidade e um sistema público de abastecimento de água?
- Cite os
dois principais requisitos a que deve atender um sistema de abastecimento
público
de água?
- Quais
os fatores que interferem no consumo de água de uma comunidade?
- Como a
implantação ou melhoria de um sistema de abastecimento de água interfere na
saúde da
população?
- Como a
implantação ou melhoria de um sistema de abastecimento de água interfere na
qualidade
de vida da população?
- Como é
determinado o consumo médio de água “per capita” e por dia?
- O que
significam K1
e
K2
e
por que são usados na determinação das vazões de
dimensionamento
dos sistemas de abastecimento público de água?
- Por que
K2
não
entra no dimensionamento das unidades que antecedem ao reservatório de
distribuição
de água, nos sistemas da abastecimento públicos de água?
- O que
significa horizonte de projeto?
- O que
significa população de projeto?
- Como se
obtém a população de projeto?
- Como os
fatores econômico e social interferem nos projetos de abastecimento de água?
- O que
significa população flutuante e como ela é considerada no projeto?
- Quais
as finalidades da reservação de água e especificamente a do reservatório
elevado
nos
sistemas de abastecimento público de água?
- Por que
se estabelece limites de pressão para a rede pública de distribuição de água?
- Dados a
topografia da área do projeto da abastecimento público de água, os limites de
pressões
mínima e máxima, como se determina a cota do nível d’água do reservatório
elevado de
distribuição?
- Quais
critérios devem ser observados na localização, em planta, do reservatório de
distribuição
de água de um sistema de bastecimento público?
- Qual a
influência de a altura (distância do fundo do reservatório até a sua parte
superior)
exerce na
rede de distribuição e o que representa para o conjunto de recalque?
- O
reservatório de distribuição pode ser localizado a montante ou a jusante da
rede de
distribuição,
em relação `a linha adutora. O que isto significa em termos de dimensionamento
da
canalização
que liga o reservatório elevado à rede de distribuição?
-
Explique com se faz a determinação do volumes dos reservatórios inferior e
superior,
considerado
o volume de reservação total de um sistema de abastecimento público de água?
- O que
significa, em termos de funcionamento do sistema de elevação de água do
reservatório
inferior para o superior, quando este último é assumido com um volume mínimo de
reservação?
-
Inicialmente, quando da determinação da cota do N.A. do reservatório de
distribuição,
quais os
dois critérios adotados para escolha dos pontos possíveis de serem os mais
desfavoráveis,
ou seja,
aqueles que poderão determinar o N.A.?
-
O que significa zona de pressão numa rede
de distribuição de água?
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½ ¼ ¾ ½ ⅓ ⅔ ⅛ ⅜ ⅝ ⅞ ² ³ ¹ º ª ₁ ₂ ₃ ₄ ≈ ≠ ≡ ∀ ∃ ⇒ ⇔ → ↔
∈∋∧ ∨ ⊂ ⊃ ∩ ∪ − + × ± ∓ ÷ √ ∛ ∜ ⊿∟ ∠→ ↑ ↓ ↕ ← ≤ ≥
outros
√ ∇ ∂ ∑ ∏ ∫ ≠ ≤ ≥ ∼ ≈ ≅ ≡ ∝ ⇒ ⇔ ∈ ∉ ⊂ ⊃ ⊆ ⊇ \ ∩ ∪ ∧ ∨ ∀ ∃ ℜ ℑ