1. Introdução
No contexto do estudo de
derivadas, resolvemos problemas de funções quadráticas onde se
pretendia encontrar o valor ótimo que estas assumiam, ou seja, o seu
valor máximo.
O ponto máximo, onde o
coeficiente angular é zero, geralmente era único, o que nos
permitia igualar a derivada da função a zero e, em seguida,
resolve-las em x.
Um exemplo é a função lucro,
representada por
a qual você deve esboçar o gráfico e constatar as informações
acima.
Entretanto nem sempre é tão
simples assim, pois, de maneira geral, nem todo ponto da função no
qual a derivada é nula é o pico do gráfico.
Temos duas funções cujas derivadas em x = 0 são nulas. Ambas possuem tangentes horizontais em (0;0), mas a função y = x² alcança seu valor mínimo em (0;0), enquanto que a função y = x³ não possui máximo nem mínimo neste ponto.
A situação torna-se mais complicada com a existência de funções que possuem máximos e mínimos em pontos nos quais as derivadas nem sequer são definidas, como ilustramos nas figuras 3 e 4.
Vemos então uma forma sistematizada de locação e identificação de máximos e mínimos de funções diferenciáveis. Neste processo você também aprenderá como usar derivadas que o ajudarão a construir gráficos de funções.
2. Máximos e Mínimos Relativos
Um máximo relativo de uma função é um “pico”, o ponto máximo do gráfico em relação a qualquer outro ponto vizinho a ele no gráfico.
Um mínimo relativo é um “fundo de vale”, o ponto mínimo do gráfico em relação a qualquer outro ponto vizinho. A função representada na figura 5 possui um máximo relativo em x = b, e mínimos relativos em x = a e x = c. Note que o máximo relativo não precisa ser o ponto mais alto do gráfico, é máximo somente em relação aos pontos vizinhos. Da mesma forma, o mínimo relativo não é o ponto “mais baixo” do gráfico.
Conhecendo-se os intervalos nos quais a função é crescente ou decrescente, pode-se facilmente identificar os máximos e mínimos relativos da função. O máximo relativo ocorre quando a função deixa de ser crescente e passa a ser decrescente. O mínimo relativo ocorre quando a função deixa de ser decrescente e passa a ser crescente.
3. Sinal da Derivada
Pode-se reconhecer quando uma função é crescente ou decrescente através do sinal da sua derivada, porque a derivada é o coeficiente angular da reta tangente. Quando a derivada é positiva, o coeficiente angular da tangente é positivo e a função é crescente. Caso contrário, quando a derivada é negativa, o coeficiente angular é negativo e a função é decrescente. A figura 6 ilustra essa situação.
Conclusão:
Se f (x) > 0, quando a < x < b, então f é crescente para a < x < b
Se f (x) < 0, quando a < x < b, então f é decrescente para a < x < b
4. Pontos Críticos
Sendo $x_0$ um ponto pertencente ao domínio de uma função f (x), diz-se que $x_0$ é abscissa de um ponto crítico se:
A função é crescente quando sua derivada é positiva e decrescente quando sua derivada é negativa, os únicos pontos nos quais a função pode assumir máximos ou mínimos relativos são aquelas nos quais as derivadas são nulas ou indefinidas.
O ponto crítico da função é aquele no qual a derivada é nula ou indefinida. Todo extremo relativo é um ponto crítico, mas nem todo ponto crítico é um extremo relativo.
1) f ($x_0$) = 0
2) f ($x_0$)) não está definida
Observe que:
1) Se o sinal da derivada for positivo à esquerda do ponto crítico e negativo à direita dela, o ponto é um máximo relativo. (fig. 7a).
2) Se o sinal da derivada for negativo à esquerda do ponto crítico e positivo à direita dela, o ponto é um máximo relativo. (fig. 7b).
3) Se o sinal da derivada for o mesmo em ambos os lados do ponto crítico, o ponto não é máximo nem mínimo relativo. (fig. 7c).
5. Teorema de FERMAT (Condições necessárias para a existência de extremo relativo):
Seja f definida em (a;b) e $x_0$ $\in$ (a;b). Se f assume um extremo relativo em x e f (x) existe, então f ($x_0$) = 0.
6. Seja f uma função contínua em [a;b] e derivável em ]a;b[ :
a) f é crescente em [a;b]$\Leftrightarrow$ f(x)$\geq$0
b) f é decrescente em [a;b]$\Leftrightarrow$ f(x)$\leq$0
Teste da Derivada Primeira para Extremos Relativos:
Seja f contínua em [a;b] e $x_0$ $\in$ ]a;b[ Suponhamos que f seja derivável em ]a;b[ exceto possivelmente em $x_0$ .
a) se f (x) > 0 para x < $x_0$ e f (x) < 0 para x > $x_0$ então é o ponto máximo relativo.
b) se f (x) < 0 para x < $x_0$ e f (x) > 0 para x > $x_0$ então é o ponto mínimo relativo.
Teste da Derivada Segunda para Extremos Relativos:
Seja f derivável em ]a;b[. Se é tal que f (x) existe e é contínua em V(x) então:
a) se f ” $x_0$ < 0, $x_0$ é o ponto máximo relativo.
b) se f ”$x_0$ > 0, $x_0$ é o ponto mínimo relativo.
Máximos e Mínimos Absolutos:
Na Maioria dos problemas práticos de otimização, o objetivo é calcular o máximo absoluto ou mínimo absoluto de uma certa função num intervalo e não o máximo ou mínimo relativo. O máximo absoluto de uma função no intervalo é o maior valor da função neste intervalo. O mínimo absoluto é o menor valor.
Frequentemente, os extremos absolutos coincidem com os relativos. No intervalo a$\leq$x$\leq$b, o máximo absoluto e o máximo relativo coincidem, porém o mínimo absoluto ocorre na extremidade de x = a, que não é um mínimo relativo.
Extremos Absolutos em
Intervalos Fechados:
Uma função contínua num
intervalo fechado alcança um máximo absoluto e um mínimo absoluto
no intervalo.
O extremo absoluto pode coincidir
com o extremo relativo ou ocorrer no extremo x
= a ou x = b.
A figura 9 ilustra estas possibilidades.
Usando estas observações,
podemos descrever uma técnica simples de localização e
identificação dos extremos absolutos de funções contínuas em
intervalos fechados.
Como Calcular Extremos
Absolutos de uma Função Contínua f
num Intervalo Fechado [a;b].
1o Passo: Calcule as
coordenadas x de
todos os pontos críticos de f
no intervalo
.
2o Passo: Calcule f
(x) nestes
pontos críticos e nas extremidades x
= a e x = b.
3o Passo: Selecione os
maiores e menores valores de f
(x)
conseguidos no 2o Passo. Você obterá, então,
respectivamente, o máximo absoluto e mínimo absoluto.
Extremos Absolutos em Intervalos não Fechados
Quando o intervalo no qual
desejamos maximizar ou minimizar a função não é da forma [a;b],
precisamos modificar a técnica, porque, não é garantida a
existência de extremos absolutos da função no intervalo em
questão. Por outro lado, se um extremo absoluto existe e a função
é contínua, o extremo absoluto coincidirá com o extremo relativo
ou com uma extremidade contida no intervalo. A figura 10
ilustra algumas dessas possibilidades.
Para calcular os extremos absolutos de uma função
contínua num intervalo que não seja fechado, calculamos o valor da
função nos pontos críticos e nas extremidades contidas no
intervalo, pois a função possui extremos relativos neste intervalo.
7. Teorema do Valor Extremo
Se f
é contínua em [a;b], então possui um valor máximo absoluto e um
valor mínimo absoluto.
Concavidade
Diz-se que uma curva tem concavidade para baixo
quando sua tangente se move no sentido dos ponteiros do relógio, ao
percorre a curva da esquerda para a direita.
Diz-se que uma curva tem concavidade para cima
quando sua tangente se move no sentido contrário ao dos ponteiros do
relógio, ao percorre a curva da esquerda para a direita.
Concavidade e Coeficiente Angular da Tangente
Quando a curva tem concavidade para cima (como na
fig. 6-a), o coeficiente angular de sua tangente cresce quando
x aumenta de
valor. Quando a curva tem concavidade para baixo (como na fig.
6-b), o coeficiente angular da sua tangente decresce quando x
aumenta de valor.
Sinal da Derivada Segunda
A relação entre concavidade e coeficiente
angular da tangente determina uma caracterização simples de
concavidade em termos de sinal da derivada Segunda. Suponha que a
derivada Segunda f “
seja positiva num intervalo. Logo, a derivada Primeira f
‘ é crescente no intervalo. Mas f
‘ é o coeficiente angular da tangente, portanto, é
crescente e a curva do gráfico de f
tem concavidade para cima no intervalo. Por outro lado, se f
“ é
negativo no intervalo, então f
‘ é decrescente e a curva do gráfico de f
tem concavidade para baixo no intervalo.
Significado geométrico do sinal da derivada
Segunda:
a) se f
“ (x) > 0 quando a
< x < b, então, f
tem concavidade para cima em a
< x < b.
b)
se f “ (x)
< 0 quando a
< x < b, então, f
tem concavidade para baixo em a
< x < b.
Pontos de Inflexão
O ponto no qual ocorre a variação de concavidade
da função denomina-se ponto de inflexão. Se a derivada Segunda é
definida no ponto de inflexão, seu valor tem que ser zero. Os pontos
de inflexão podem ocorrer onde a derivada Segunda é indefinida.
Os pontos nos quais a derivada Segunda da função
é nula ou indefinida denominam-se pontos críticos de Segunda ordem.
Construção de Gráficos
Devemos seguir os seguintes passos, para obter o
gráfico da função f
(x):
-
Explicite o domínio;
-
Calcule a derivada Primeira e, em seguida, as coordenadas x dos pontos críticos de primeira ordem, igualando f ‘ (x) a zero e resolvendo a equação em x. Não esqueça de incluir também valores de x para os quais a derivada é indefinida. Substitua estes valores de x na função f (x), obtendo as coordenadas y dos pontos críticos.
-
Calcule a derivada Segunda f “ (x). Proceda como no passo anterior.
-
Estude o sinal da Primeira derivada e determine onde f (x) é crescente ou decrescente. Destaque os pontos Máximo e Mínimo.
-
Estude a concavidade de f (x), verificando o sinal da Segunda derivada. Destaque os pontos de inflexão.
-
Determine as equações das assíntotas verticais e obliquas e as interseções com os eixos coordenados...
-
Construa o gráfico.
Exercícios
-
Para as funções abaixo, pede-se:
-
Domínio e imagem;
-
Seus extremos relativos;
-
Seus pontos de inflexão;
-
Assíntotas
-
Esboçar seus gráficos.
a)
b)
c)
d)
e)
f)
-
A produção para que o Custo seja mínimo;
-
Os intervalos em que a função Custo cresce ou decresce;
-
A produção para que a Receita seja máxima;
-
Os intervalos em que a Receita cresce ou decresce;
-
A produção para que o Lucro seja máximo;
-
O Ponto de Ruptura.
R:
x = 2500 p
= R$ 3,50 L
= R$ 450,00
R:
x > -10 f
é crescente x < -10 f
é decrescente
R:
x < -2; x > 1 f
é crescente -2 < x < 1
f
é decrescente
.
x
= -2 é abscissa de pto de máx (-2; 13) x
= -2 é abscissa de pto de mín (1; -14)
Até mais!
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∈∋∧ ∨ ⊂ ⊃ ∩ ∪ − + × ± ∓ ÷ √ ∛ ∜ ⊿∟ ∠→ ↑ ↓ ↕ ← ≤ ≥
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