Esgotamento sanitário
Esgoto é o termo usado para as águas que, após a utilização humana, apresentam as suas características naturais alteradas. Conforme o uso predominante: comercial, industrial ou doméstico essas águas apresentarão características diferentes e são genericamente designadas de esgoto, ou águas servidas.
A devolução das águas residuais ao meio ambiente deverá prever o seu tratamento, seguido do lançamento adequado no corpo receptor que pode ser um rio, um lago ou no mar através de um emissário submarino.
As águas residuais podem ser transportadas por tubulações diretamente aos rios, lagos, lagunas ou
mares ou levado às estações de tratamento, e depois de tratado, devolvido aos cursos d’água.
Os dejetos humanos podem ser veículos de germes patogênicos de várias doenças, entre as quais febre tifóide e paratifóide, diarréias infecciosas, amebíase, ancilostomíase, esquistossomose, teníase, ascaridíase, etc. Por isso, torna-se indispensável afastar as possibilidades de seu contato com:
• homem;
• águas de abastecimento;
• vetores (moscas, baratas);
• alimentos.
Por causa da falta de medidas práticas de saneamento e de educação sanitária, grande parte da população tende a lançar os dejetos diretamente sobre o solo, criando, desse modo, situações favoráveis a transmissão de doenças.
Sob o aspecto sanitário, o destino adequado dos dejetos humanos visa, fundamentalmente, ao controle e à prevenção de doenças a eles relacionadas.
• evitar a poluição do solo e dos mananciais de abastecimento de água;
• evitar o contato de vetores com as fezes;
• propiciar a promoção de novos hábitos higiênicos na população;
• promover o conforto e atender ao senso estético.
A ocorrência de doenças, principalmente as doenças infecciosas e parasitárias ocasionadas pela falta de condições adequadas de destino dos dejetos, podem levar o homem a inatividade ou reduzir sua potencialidade para o trabalho. Assim sendo, são considerados os seguintes aspectos:
• aumento da vida média do homem, pela redução da mortalidade em conseqüência da redução dos casos de doenças;
• diminuição das despesas com o tratamento de doenças evitáveis;
• redução do custo do tratamento da água de abastecimento, pela prevenção da poluição dos mananciais;
• controle da poluição das praias e dos locais de recreação com o objetivo de promover o turismo;
• preservação da fauna aquática, especialmente os criadouros de peixes.
Tipos de esgotos
a) esgotos domésticos: provêm, principalmente, de residências, estabelecimentos comerciais, instituições ou qualquer edificação que dispõem de instalações de banheiros, lavanderias e cozinhas. Compõem-se essencialmente da água de banho, excretas, papel higiênico, restos de comida, sabão, detergentes e águas de lavagem;
b) esgotos industriais: compreendem os resíduos orgânicos, de indústria de alimentos, matadouros, etc; as águas residuárias agressivas, procedentes de indústrias de metais, etc; as águas residuárias procedentes de indústrias de cerâmica, água de refrigeração, etc;
c) águas pluviais: são as águas procedentes das chuvas;
d) água de infiltração: são as águas do subsolo que se introduzem na rede.
Tipos de sistemas
Existem soluções para a retirada do esgoto e dos dejetos, havendo ou não água encanada.
1) Sistema unitário - é a coleta do esgoto pluvial, domésticos e industriais em um único coletor. Em áreas rurais, onde as casas ficam tão distantes umas das outras, a instalação de um sistema de esgoto é muito cara. É extremamente comum o uso de fossas sépticas.
Uma fossa séptica é simplesmente um grande tanque de concreto ou aço enterrado no quintal ou em algum outro ponto do terreno. O tanque pode conter 4 mil litros de água. Os dejetos entram no tanque por uma extremidade e saem pela outra.
2) Sistema misto - a rede recebe o esgoto sanitário e uma parte de águas pluviais.
3) Sistema separador - os esgotos doméstico e industrial ficam separados do esgoto pluvial. É o sistema usado no Brasil.
O custo de implantação é menor, pois as águas pluviais não são tão prejudiciais quanto o esgoto doméstico. Assim como o esgoto industrial nem sempre pode se juntar ao esgoto sanitário sem tratamento especial prévio.
Fases de tratamento
Pré-tratamento
Nessa fase, designada por pré-tratamento ou tratamento preliminar, o esgoto é sujeito aos processos de separação dos sólidos mais grosseiros:
• Gradeamento que pode ser composto por grades grosseiras, grades finas e/ou peneiras rotativas,
• Desarenamento nas caixas de areia;
• Desengorduramento nas chamadas caixas de gordura ou em pré-decantadores. Nesta fase, o esgoto é preparado para as fases de tratamento subsequentes, podendo ser sujeito a um pré-arejamento e a uma equalização tanto de caudais como de cargas poluentes ou resíduos.
Tratamento primário
Apesar de o esgoto apresentar um aspecto ligeiramente melhor após a fase de pré-tratamento, possui ainda praticamente inalteradas as suas características poluidoras. Segue-se, pois, o tratamento propriamente dito. A primeira fase de tratamento é designada por tratamento primário, onde a matéria poluente é separada da água por sedimentação. Este processo exclusivamente de ação física pode, em alguns casos, ser ajudado pela adição de agentes químicos que através de uma coagulação/floculação possibilitam a obtenção de flocos de matéria poluente de maiores dimensões e assim mais facilmente decantáveis. A eficiência desse processo pode chegar a 60% ou mais dependendo do tipo de tratamento e da operação da ETE
Tratamento secundário
O chamado processo de tratamento secundário é geralmente
um processo biológico, do tipo iodo ativado ou do tipo filtro biológico, onde a matéria orgânica (poluente) é consumida por microorganismos nos chamados reatores biológicos. Estes reatores são
normalmente formados por tanques com grande quantidade de micro-organismos aeróbios, havendo a necessidade de promover o seu
arejamento. O esgoto saído [do reator biológico] contem uma grande quantidade de microorganismos, sendo muito reduzida a matéria
orgânica remanescente. A eficiência de um tratamento secundário
pode chegar a 95% ou mais dependendo da operação da ETE. Os micro-organismos sofrem posteriormente um processo de sedimentação nos designados sedimentadores (decantadores) secundários.
Finalizado o tratamento secundário, as águas residuais tratadas apresentam um reduzido nível de poluição por matéria orgânica, podendo na maioria dos casos, serem despejadas no meio ambiente receptor.
Tratamento terciário
Normalmente antes do lançamento final no corpo receptor, é necessário proceder à desinfecção das águas residuais tratadas para a remoção dos organismos patogênicos ou, em casos especiais, à remoção de determinados nutrientes, como o nitrogênio e o fósforo, que podem potenciar, isoladamente e/ou em conjunto, a eutrofização das águas receptoras.
Remoção de nutrientes
A emissão em excesso do nitrogênio e de fósforo pode provocar o acúmulo de nutrientes. Esse fenômeno é chamado de eutrofização, que encoraja o crescimento excessivo (chamado bloom) de algas e cianobactérias (algas azuis). A maior parte destas algas morre, porém a decomposição delas por bactéria remove o oxigênio da água e os peixes morrem. Além disso, algumas espécies de algas produzem toxinas que contaminam as fontes de água potável (as chamadas cianotoxinas).
Há diferentes processos para remoção de nitrogênio e fósforo:
A desnitrificação requer condições anóxicas (ausência de oxigênio) para que as comunidades biológicas apropriadas se formem.
A desnitrificação é facilitada por um grande número de bactérias.
Métodos de filtragem em areia, lagoa de polimento, etc podem reduzir a quantidade de nitrogênio. O sistema de lodo ativado, se bem projetado, também pode reduzir significante parte do nitrogênio.
A remoção de fósforo, que pode ser feita por precipitação química, geralmente com sais de ferro ou de alumínio. O lodo químico resultante é difícil de tratar e o uso dos produtos químicos é caro.
Apesar disso, a remoção química de fósforo requer equipamentos muito menores que os usados por remoção biológica.
Desinfecção
A desinfecção das águas residuais tratadas pretende remover os organismos patogênicos. O método de cloração contribui significativamente na redução de odores em estações de tratamento de esgoto. Entre os processos artificiais é o de menor custo e de elevado grau de eficiência em relação a outros processos como a ozonização que é bastante dispendiosa e a radiação ultravioleta, que não é aplicável a qualquer situação
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