Importância
do abastecimento de água.
Conceitos
fundamentais.
a) Saúde, Saúde
Pública e Saneamento
SAÚDE: é um estado de
completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença
ou enfermidade (Organização Mundial da Saúde).
SAÚDE PÚBLICA: é a ciência e
arte de promover, proteger e recuperar a saúde, através de medidas de alcance
coletivo e de motivação da população.
SANEAMENTO: é o controle de
todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeito
deletério, sobre seu bem-estar físico, mental ou social (Organização Mundial da
Saúde).
DIREITO À SAÚDE: o gozo de melhor
estado de saúde, constitui um direito fundamental de todos os seres humanos,
sejam quais forem sua raça, sua religião, suas opiniões políticas, sua condição
econômica e social (Preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da Saúde).
Objetivos do
Saneamento do Meio.
-
Abastecimento de água;
-
coleta e disposição de águas residuárias (esgotos sanitários, resíduos líquidos
industriais e águas pluviais);
-
acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e/ou destino final dos
resíduos sólidos (lixo);
-
controle da poluição ambiental – água, ar e solo, acústica e visual;
-
controle de artrópodes e de roedores de importância em saúde pública;
-
saneamento da habitação, dos locais de trabalho, de educação e de recreação e
dos hospitais;
-
saneamento e planejamento territorial;
-
saneamento dos meios de transporte;
-
saneamento em situações de emergência;
-
aspectos diversos de interesse no saneamento do meio (cemitérios, aeroportos,
ventilação, iluminação, insolação, etc.).
b)
Distribuição da
água na terra
A água é o
constituinte inorgânico mais abundante na matéria viva: no homem, mais de 60%
do seu peso é constituído por água, e em certos animais aquáticos esta
porcentagem sobe a 98%. A água é fundamental para a manutenção da vida, razão
pela qual é importante saber como ela se distribui no planeta, e como ela
circula de um meio para o outro.
Os 1,36 x 1018
m3 de água disponível existente na Terra distribuem da seguinte
forma (vide Tabela 1):
Tabela 1 –
Distribuição da água disponível existente na Terra
ÁGUA DO MAR
|
97%
|
GELEIRAS
|
2,2%
|
ÁGUA DOCE
|
0,8%..(97%
água Subterrânea) .(3% água superficial)
|
TOTAL
|
100
%
|
Observa-se que da água disponível, apenas
0,8% pode ser utilizada mais facilmente para abastecimento público. Desta
pequena fração de 0,8%, apenas 3% apresentam-se na forma de água superficial,
de extração mais fácil. Esses valores ressaltam a grande importância de se preservar
os recursos hídricos na Terra, e de se evitar a contaminação da pequena fração
mais facilmente disponível.
c)
Ciclo hidrológico
HIDROLOGIA: segundo A. Meyer,
hidrologia é a ciência natural que trata dos fenômenos relativos à água em
todos os seus estados, da sua distribuição e ocorrência na atmosfera, na
superfície terrestre e no solo, e da relação desses fenômenos com a vida e as
atividades do homem.
Ciclo
hidrológico:
uma vez visto como a água se distribui em nosso planeta, é importante também o
conhecimento de como a água se movimenta de um meio para outro na Terra. A essa
circulação da água se dá o nome de ciclo hidrológico.
O ciclo hidrológico, onde se distinguem os
seguintes mecanismos de transferência de água:
- precipitação
- escoamento superficial
- infiltração
- evaporação
- transpiração
Precipitação
A precipitação compreende toda a água que
cai da atmosfera na superfície da Terra. As principais formas são: chuva, neve,
granizo e orvalho. A precipitação é formada a partir dos seguintes estágios:
- resfriamento do ar à proximidade da
saturação
- condensação do vapor d’água na forma de
gotículas
- aumento do tamanho das gotículas por
coalizão e aderência até que seja grande o suficiente para formar a
precipitação.
– Ciclo hidrológico
Escoamento
superficial
A
precipitação que atinge a superfície da Terra tem dois caminhos onde seguir:
escoar na superfície ou infiltrar no
solo. O escoamento superficial é responsável pelo deslocamento da água sobre o
solo, formando córregos, lagos, rios e eventualmente atingindo o mar. A
quantidade de água que escoa depende dos seguintes fatores principais:
-
intensidade da chuva
-
capacidade de infiltração no solo.
Infiltração
A infiltração corresponde à água que atinge
o solo, formando os lençóis d’água. A água subterrânea é grandemente
responsável pela alimentação dos corpos d’água superficiais, principalmente nos
períodos secos. Um solo coberto com vegetação (ou seja, com menor
impermeabilização advinda, por exemplo, da urbanização) é capaz de desempenhar
melhor, as seguintes importantes funções:
-
menos escoamento superficial (menos enchentes nos períodos chuvosos)
-
mais infiltração (maior alimentação dos rios nos períodos secos)
-
menos carreamento de partículas do solo para os cursos d’água
Evapotranspiração
A
transferência da água para o meio atmosférico se dá através dos seguintes
principais mecanismos denominado evapotranspiração:
- Evaporação: transferência da
água superficial do estado líquido para o gasoso. A evaporação depende da
temperatura e da umidade relativa do ar.
- Transpiração: as plantas retiram
a água do solo pelas raízes. A água é transferida para as folhas e então
evapora. O mecanismo é importante, considerando-se que em uma área coberta com
vegetação a superfície de exposição das folhas para a evaporação é bastante
elevada.
e) Mananciais
Por
manancial conceitua-se a fonte de abastecimento de água, que pode ser, por
exemplo, um rio, um lago, uma nascente ou poço, proveniente do lençol freático
ou do lençol profundo.
Os
mananciais podem ser considerados de acordo com as condições hidrológicas
(origem da água) ou com as condições sanitárias.
Obs:
1) lençol freático é
o que se encontra sobre a primeira camada impermeável e cuja água fica sob
pressão atmosférica
2) Lençol artesiano é o que se situa entre duas camadas impermeáveis e
cuja água sofre pressão superior à atmosférica.
|
Mananciais quanto
as condições hidrológicas:
-
águas meteorológicas ou atmosféricas: chuva e neve;
-
águas superficiais: rios, córregos, lagos, represas, mares, etc.;
-
água subterrâneas:
do
lençol freático ou raso, fontes;
do
lençol artesiano: poço artesiano ou profundo, poço jorrante ou surgente
Mananciais quanto
as condições sanitárias:
- mananciais protegidos;
- mananciais desprotegidos.
Importância
da água
a) Necessidade de
água
A
água constitui um elemento essencial à vida animal e vegetal. Seu papel no
desenvolvimento da civilização é reconhecido desde a mais alta antiguidade;
Hipócrates (460-354 A.C.) já afirmava: “a influência da água sobre a saúde é
grande”.
O homem tem necessidade de água de qualidade
adequada e em quantidade suficiente para todas suas necessidades, não só para
proteção de sua saúde, como também para o seu desenvolvimento econômico. Assim,
a importância do abastecimento de água deve ser encarda sob os aspectos
sanitário e econômico. Assinale-se que a qualidade e a quantidade de água ser
utilizada num sistema de abastecimento estão, intimamente, relacionados às
características do manancial.
b) Importância sanitária
do abastecimento de água
A importância sanitária do abastecimento de
água é das mais ponderáveis; a implantação ou melhoria dos serviços de
abastecimento de água traz como resultado uma rápida e sensível melhoria na
saúde e nas condições de vida de uma comunidade, principalmente através do
controle e prevenção de doenças, da promoção de hábitos higiênicos, do
desenvolvimento de esportes, como natação, e da melhoria da limpeza pública;
reflete-se, também, no estabelecimento de meios que importam em melhoria do
conforto e da segurança coletiva, como instalação de ar condicionado e de
aparelhamento de combate a incêndios. Constitui o melhor investimento em
benefício da saúde pública.
Ressalta-se, assim, conforme tem sido
constatado em muitos lugares, que a implantação ou melhoria dos sistemas de
abastecimento de água traz como consequência uma diminuição sensível na
incidência das doenças relacionadas à água. Estes efeitos benéficos acentuam
bastante com a implantação e melhoria dos sistemas de esgotos sanitários. Por
outro lado, tem também sido constatado que a implantação de sistemas adequados
de abastecimento de água e de destino dos dejetos, a par da diminuição das
doenças transmissíveis pela água, indiretamente ocorre a diminuição da
incidência de uma série de outras doenças, não relacionadas diretamente aos
excretos ou ao abastecimento de água (Efeito Mills Reincke).
d)
Importância
econômica do abastecimento de água
A importância econômica do abastecimento de água
é também de grande relevância. Sua implantação se traduz num aumento de vida
média da população servida, numa diminuição da mortalidade em geral e, em
particular, da infantil, numa redução do número de horas com diversas doenças:
estes fatos se refletem, portanto, num aumento sensível de horas de trabalho
dos membros de uma comunidade, e com isto aumento de produção.
A influência da água, do ponto de vista
econômico, faz-se sentir mais diretamente no desenvolvimento industrial, por
constituir, ou matéria-prima em muitas indústrias, como as de bebida, ou meio
de operação, como água para caldeiras, etc.
d) Aproveitamento
dos recursos hídricos naturais.
Constitui, portanto, de fundamental
importância para a saúde e progresso de toda a comunidade que esta conte com
água de qualidade adequada e em quantidade suficiente para todas suas
necessidades.
Contudo, tendo em vista que as águas naturais
se destinam a vários fins, tais como, abastecimento de populações, fins
industriais, produção de energia elétrica, fins recreacionais, navegação e fins
agro-pecuários, torna-se necessário haver um adequado planejamento da
utilização dos recursos hídricos de uma região, de modo a se procurar
satisfazer a estas variadas finalidades. Nos últimos quarenta anos e mais
acentuadamente nos últimos qüinqüênios a tendência para o planejamento integral
da utilização dos recursos de uma bacia hidrográfica vem cada vez mais se
impondo. É necessário e conveniente, portanto, que nos estudos de sistemas de
abastecimento de água se considere as diversas finalidades a que se destinam as
águas naturais, inclusive para garantir a qualidade e a quantidade suficiente
para os usos de uma comunidade, e também para a devida proteção dos mananciais
de água de uma região, contra sua poluição.
e) Ciclo do uso da
água
Além do ciclo da água no globo terrestre,
existem ciclos internos, em que a água permanece na sua forma líquida, mas tem
as suas características alteradas em virtude de sua utilização.Neste ciclo, a
qualidade da água é alterada em cada etapa do seu percurso.
Água
Bruta>Água tratada>Esgoto Bruto>Corpo Receptor>Autodepuração
ÁGUA BRUTA – inicialmente, a
água é retirada do rio, lago ou lençol subterrâneo, possuindo uma determinada
qualidade.
|
ÁGUA TRATADA – após a
captação, a água sofre transformações durante o seu tratamento para se
adequar aos usos previstos (ex. abastecimento público ou industrial).
|
ÁGUA USADA (esgoto bruto) –
com a utilização da água, a mesma sofre novas transformações na sua
qualidade, vindo a constituir-se em um despejo líquido.
|
ESGOTO TRATADO – visando remover
os seus principais poluentes, os despejos sofrem um tratamento antes de serem
lançados ao corpo receptor. O tratamento dos esgotos é responsável por uma
nova alteração na qualidade do líquido.
|
CORPO RECEPTOR – o efluente do
tratamento dos esgotos atinge o corpo receptor, onde face à diluição e
mecanismos de autodepuração, a qualidade da água volta a sofrer novas
modificações.
|
f) Usos da água
São
os seguintes os principais usos da água:
-
abastecimento doméstico
-
abastecimento industrial
-
irrigação
-
dessedentação de animais
-
aqüicultura
-preservação
da flora e da fauna
-
recreação e lazer
-
harmonia paisagística
-
geração de energia elétrica
-
navegação
- diluição de despejos
Destes
usos, os primeiros (abastecimento doméstico, abastecimento industrial,
irrigação e possivelmente dessedentação de animal) implicam na retirada da água
das coleções hídrica onde se encontram. Os demais usos são desempenhados na
própria coleção de água.
Em termos gerais, apenas os dois primeiros
usos (abastecimento doméstico e abastecimento industrial) estão frequentemente
associados a um tratamento prévio da água, face aos requisitos de qualidade
mais exigentes.
PORTARIA
518/04 foi Revogada pela PORTARIA Nº 2.914,
DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011
Dispõe sobre os procedimentos de controle e
de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
LESGISLAÇÃO
PORTARIA
518/04
Capítulo IV
DO PADRÃO DE POTABILIDADE
Art.11. A água potável deve estar em
conformidade com o padrão microbiológico conforme Tabela 1, a seguir:
Tabela 1
Padrão microbiológico de potabilidade
da água para consumo humano
PARÂMETRO
|
VMP(1)
|
Água para
consumo humano(2)
|
|
Escherichia
coli ou coliformes termotolerantes(3)
|
Ausência em 100ml
|
Água na saída
do tratamento
|
|
Coliformes
totais
|
Ausência em 100ml
|
Água tratada
no sistema de distribuição (reservatórios e rede)
|
|
Escherichia
coli ou coliformes termotolerantes(3)
|
Ausência em 100ml
|
Coliformes
totais
|
Sistemas que
analisam 40 ou mais amostras por mês:
Ausência
em 100ml em 95% das amostras examinadas no mês;
Sistemas que
analisam menos de 40 amostras por mês:
|
|
Apenas uma
amostra poderá apresentar mensalmente resultado positivo em 100ml
|
NOTAS:
(1) Valor Máximo Permitido.
(2) água para consumo humano em toda e
qualquer situação, incluindo fontes individuais como poços, minas, nascentes,
dentre outras.
(3) a detecção de Escherichia coli deve ser
preferencialmente adotada.
§ 1º No controle da
qualidade da água, quando forem detectadas amostras com resultado positivo para
coliformes totais, mesmo em ensaios presuntivos, novas amostras devem ser
coletadas em dias imediatamente sucessivos até que as novas amostras revelem
resultado satisfatório.
§ 2º Nos sistemas de
distribuição, a recoleta deve incluir, no mínimo, três amostras simultâneas,
sendo uma no mesmo ponto e duas outras localizadas a montante e a jusante.
§ 3º Amostras com
resultados positivos para coliformes totais devem ser analisadas para Escherichia
coli e, ou, coliformes termotolerantes, devendo, neste caso, ser efetuada a
verificação e confirmação dos resultados positivos.
§ 4º O percentual de
amostras com resultado positivo de coliformes totais em relação ao total de
amostras coletadas nos sistemas de distribuição deve ser calculado mensalmente,
excluindo as amostras extras (recoleta).
§ 5º O resultado negativo
para coliformes totais das amostras extras (recoletas) não anula o resultado
originalmente positivo no cálculo dos percentuais de amostras com resultado
positivo.
§ 6º Na proporção de amostras com resultado positivo
admitidas mensalmente para coliformes totais no sistema de distribuição,
expressa na Tabela 1, não são tolerados resultados positivos que ocorram em
recoleta, nos termos do § 1º deste
artigo.
§ 7º Em 20% das amostras
mensais para análise de coliformes totais nos sistemas de distribuição, deve
ser efetuada a contagem de bactérias heterotróficas e, uma vez excedidas 500
unidades formadoras de colônia (UFC) por ml, devem ser providenciadas imediata
recoleta, inspeção local e, se constatada irregularidade, outras providências
cabíveis.
§ 8º Em complementação,
recomenda-se a inclusão de pesquisa de organismos patogênicos, com o objetivo
de atingir, como meta, um padrão de ausência, dentre outros, de enterovírus,
cistos de Giardia spp e oocistos de Cryptosporidium sp.
§ 9º Em amostras
individuais procedentes de poços, fontes, nascentes e outras formas de abastecimento
sem distribuição canalizada, tolera-se a presença de coliformes totais, na
ausência de Escherichia coli e, ou, coliformes termotolerantes, nesta situação
devendo ser investigada a origem da ocorrência, tomadas providências imediatas
de caráter corretivo e preventivo e realizada nova análise de coliformes.
Art. 12. Para a garantia da qualidade
microbiológica da água, em complementação às exigências relativas aos
indicadores microbiológicos, deve ser observado o padrão de turbidez expresso
na Tabela 2, abaixo:
Tabela 2
Padrão de turbidez para água
pós-filtração ou pré-desinfecção
TRATAMENTO DA
ÁGUA
|
VMP(1)
|
Desinfecção (água subterrânea)
|
1,0 UT(2) em 95% das amostras
|
Filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta)
|
1,0 UT(2)
|
Filtração lenta
|
2,0 UT(2) em 95% das amostras
|
NOTAS:
(1) Valor máximo permitido.
(2) Unidade de turbidez.
§ 1º Entre os 5% dos
valores permitidos de turbidez superiores aos VMP estabelecidos na Tabela 2, o
limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser de 5,0 UT, assegurado,
simultaneamente, o atendimento ao VMP de 5,0 UT em qualquer ponto da rede no
sistema de distribuição.
§ 2º Com vistas a
assegurar a adequada eficiência de remoção de enterovírus, cistos de Giardia
spp e oocistos de Cryptosporidium sp., recomenda-se, enfaticamente, que, para a
filtração rápida, se estabeleça como meta a obtenção de efluente filtrado com
valores de turbidez inferiores a 0,5 UT em 95% dos dados mensais e nunca
superiores a 5,0 UT.
§ 3º O atendimento ao
percentual de aceitação do limite de turbidez, expresso na Tabela 2, deve ser
verificado, mensalmente, com base em amostras no mínimo diárias para
desinfecção ou filtração lenta e a cada quatro horas para filtração rápida,
preferivelmente, em qualquer caso, no efluente individual de cada unidade de
filtração.
Art. 13. Após a desinfecção, a água
deve conter um teor mínimo de cloro residual livre de 0,5 mg/L, sendo
obrigatória a manutenção de, no mínimo, 0,2 mg/L em qualquer ponto da rede de
distribuição, recomendando-se que a cloração seja realizada em pH inferior a
8,0 e tempo de contato mínimo de 30 minutos.
Parágrafo único. Admite-se a
utilização de outro agente desinfetante ou outra condição de operação do
processo de desinfecção, desde que fique demonstrado pelo responsável pelo
sistema de tratamento uma eficiência de inativação microbiológica equivalente à
obtida com a condição definida neste artigo.
Art. 14. A água potável deve estar em
conformidade com o padrão de substâncias químicas que representam risco para a
saúde .
ABASTECIMENTO DE
ÁGUA
Conceito: Conjuntos
dos sistemas de rede hidráulicas e instalações empregados para o fornecimento
de água à população de um lugar.
HISTÓRICO
Ruínas
arqueológicas mesopotâmicas demonstraram que por volta de 2500 a.c. Já
construíam aquedutos e canalizações para a condução da água dos rios
e lagos até as cidades. Mas tarde, o sistema foi aperfeiçoado pelos romanos.
Com a Revolução
Industrial o sistema de abastecimento ao
núcleos populacionais sofreu profundas modificação, devido ao crescimento
demográfico urbano, consequência dessa revolução determinou a necessidade de se
estabelecer uma infraestrutura que assegurasse o consumo, distribuição e a
salubridade tanto da água potável quanto daquela destinada a usos industriais e
agrícolas.
FINALIDADES DA PURIFICAÇÃO DA ÁGUA E PRINCIPAIS
PROCESSOS:
O tratamento da água pode ser feito para
cobrir várias finalidades:
HIGIÊNICAS:remoção de bactérias, protozoários, vírus
e outros micro-organismos, de substâncias venenosas ou nocivas, redução do
excesso de impurezas e dos teores elevados de compostos orgânicos;
ESTÉTICAS:correção de cor, odor e sabor;
ECONÔMICAS: redução de corrosividade, dureza, cor,
turbidez, ferro, manganês, odor e sabor;
Processo básico de tratamento da água:
Comumente, as
tradicionais Estações de Tratamento de Água - ETAs incorporam em seu processo
as etapas básicas de coagulação, floculação, decantação, correção de pH,
desinfecção e filtração.
Entre os principais processos de purificação da água,
tem-se:
AERAÇÃO: por gravidade, por
aspersão, por outros processos ( difusão de ar e aeração forçada);
COAGULAÇÃO: aplicação de
coagulantes (sulfato de alumínio, compostos de ferro) e substâncias auxiliares;
SEDIMENTAÇÃO OU
DECANTAÇÃO:
simples; após a coagulação;
FILTRAÇÃO: lenta, rápida, em
leito de contato, superfiltração;
TRATAMENTO POR
CONTATO: leitos de coque, pedra ou pedrisco; leitos de
areia e carvão ativado para remoção de ferro, odor e sabor e para retenção de
impurezas.
CORREÇÃO DA DUREZA: processo cal-soda ( cal + carbonato de sódio),
processos por resinas trocadora de íons e por osmose reversa;
DESINFECÇÃO: cloro e seus compostos (hipocloritos, cal
clorada), ozônio etc.;
Observações importantes:
Correção
de pH
Em
consequência do tratamento executado, o pH da água sofre alterações. Por isso,
no tratamento se realiza, quando necessário, a correção do pH para neutralizar a acidez da água e proteger as
tubulações contra a corrosão. Esta correção é realizada com adição de carbonato de sódio (Barrilha).
Cloração
Após efetuar o
tratamento físico-químico da água deve-se desinfetá-la, isto é, eliminar os
organismos patogênico. O desinfetante mais usado é o cloro ou seus compostos,
apesar de ser possível a desinfecção por ozônio, raios ultravioleta e peróxido
de hidrogênio (água oxigenada), por exercer ação eficaz sobre as bactérias na
água.
O processo
utilizado é a cloração que consiste na
aplicação do cloro para eliminar os microorganismos remanescentes do tratamento.
A dosagem deve ser suficiente para garantir a potabilidade da água em toda a extensão da rede de distribuição,
mantendo, assim, um teor residual de cloro de acordo com a legislação.(Portaria de n° 518/04 é 0,2mg/L)
O
cloro, na dosagem requerida para desinfecção, não é nocivo ao homem. É
econômico e não altera as qualidades da água, além de fácil utilização, pois
existem dosadores de vários tipos para regularizar a quantidade. A cal
hidratada, que é também utilizada para corrigir a acidez da água e cloro, tem a
propriedade de eliminar as bactérias que ainda conseguiram passar pelos
filtros.
Floretação
A fluoretação completa o tratamento com a adição de sal de flúor à água
para prevenir a cárie infantil (ácido fluorssilícico com teor de flúor de
0,7mg/L). Inclusive essa fase é prevista pela Portaria no 635/75 do Ministério
da Saúde.
Outras
formas de tratamento da água, embora sejam menos frequentes, são abrandamento,
adsorção, aeração, oxidação, tratamento com membranas e troca iônica.
SABOR E ODOR: uso do carvão ativado; substituição do processo de cloração (
emprego da aminocloração, do dióxido de cloro e cloração no "break
point");
CONTROLE DA CORROSÃO: cal, carbonato de
sódio, metafosfato, silicato e outros.
PROPRIEDADE FÍSICA DA ÁGUA:
Características da água:
As impurezas mais
comuns contidas numa água, seus estados em que se encontram e seus principais
efeitos, estão indicados abaixo:
Impurezas em suspensão:
a). algas e
protozoários-podem causar sabor e odor, cor e turbidez;
b). areia, silte e argila causam turbidez;
c). resíduos industriais e domésticos.
b). areia, silte e argila causam turbidez;
c). resíduos industriais e domésticos.
Impurezas no estado coloidal:
a). bactérias e
vírus- muitos são patogênicos; algumas bactérias podem causar prejuízos as
instalações (corrosão, por exemplo);
b). substâncias de
origem vegetal : originam cor , acidez, sabor;
c). sílica e
argila: causam turbidez.
Impurezas dissolvidas:
Compreende
uma grande variedade de substâncias de origem mineral (principalmente sais de
cálcio e de magnésio) compostos orgânicos e gases, que dão origem a alterações
na qualidade da água, cujos efeitos dependem da sua composição e concentração e
de reações químicas com outras substâncias.
QUALIDADE
DA ÁGUA
Água pura, no
sentido rigoroso do termo, não existe na natureza, pois a água é um ótimo
solvente, e desta forma, nunca é encontrada em estado de absoluta pureza. A
água pode conter uma série de impurezas, que vão definir suas características
físicas, químicas e biológicas, determinando dessa forma o grau de tratamento
necessário para que possa utilizar para um determinado fim.
CARACTERÍSTICAS
FÍSICA DAS ÁGUAS
Estas características envolvem praticamente
aspectos de ordem estética e psicológica, exercendo uma certa influência no
consumidor leigo, pois que, dentro de determinados limites, não tem relação com
inconvenientes de ordem sanitária.
Cor: existência de
substâncias dissolvidas, que, na grande maioria dos casos, ão de natureza
orgânica;
Turbidez: é uma
propriedade física dos fluidos que se traduz na redução da sua transparência
devido à presença de materiais em suspensão que interferem com a passagem da
luz através do fluido.
Temperatura;
Sabor;
Odor.
CARACTERÍSTICAS
QUÍMICAS DAS ÁGUAS
As características
químicas das águas são devidas à presença de substâncias. São de grande
importância, pois podem trazer consequências ao organismo humano.
A determinação de
certos elementos como cloretos, nitritos, nitratos, Oxigênio Dissolvido, servem
como indicadores de poluição. Dessa maneira pode-se afirmar que as
características químicas contam a estória da água antes do ponto de coleta da
amostra.
ASPECTOS QUÍMICOS
a) Salinidade: conferem sabor salino e uma
propriedade taxativa, teor de cloretos;
b)Dureza: a dureza da água é a propriedade relacionada com a concentração de
íons de determinados minerais dissolvidos nesta substância. A dureza da água é
predominantemente causada pela presença de
sais de Cálcio e Magnésio, de modo que os principais íons levados em consideração na medição são os de Cálcio (Ca2+) e Magnésio (Mg2+).
Eventualmente também o Zinco, Estrôncio, Ferro ou Alumínio podem ser levados em
conta na aferição da dureza. Provoca a extinção de espuma formada pelo sabão,
bem como em situações desfavoráveis de equilíbrio químico, podem incrustar
tubulações;
c) Alcalinidade: é devida à presença de bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos. Tem sua importância e influência nos
diversos tratamentos a que são submetidas as águas;
d) Ferro, manganês: conferem sabor à água,
e podem manchar as roupas. No caso de utilização industrial provocam
incrustações em caldeiras;
ASPECTO BIOLÓGICO
Os organismos
presentes na água também constituem impurezas. As características biológicas
das águas são avaliadas através de exames bacteriológicos (determinação de
coliformes) e hidrobiológicos ( identificação de organismos presentes). Os
principais são:
Algas;
Protozoários;
Crustáceos;
Vermes;
Larvas.
DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA:
Causas de
contaminação das águas de abastecimento público:
·
Contaminação
das bacias hidrográficas pelas atividades do homem
·
Infiltração
de águas poluídas nos poços ou outras águas subterrâneas, etc.
Segundo a
Organização Mundial de Saúde,cerca de 80% de todas as doenças que se alastram
nos países em desenvolvimento são provenientes de água de má qualidade.
As doenças mais
comuns de veiculação hídrica, são as seguintes, conforme a Tab.1, abaixo:
DOENÇAS
|
AGENTES
CAUSADORES
|
Febre tifóide
|
Salmonella tifóide
|
Febre paratifóide
|
salmonella paratifóides
|
Disenteria bacilar
|
bacilo disentérico
|
Disenteria amebiana
|
entamoeba histolística
|
Cólera
|
vibrião da cólera
|
Diarréia
|
enterovírus , E. Colli
|
Hepatite infecciosa
|
vírus, tipo A
|
Giardiose
|
giardia lamblia
|
ETAPAS
DE TRATAMENTO DA ÁGUA
Tratamento de Água é um conjunto de procedimentos físicos e químicos que
são aplicados na água para que esta fique
em condições adequadas para o consumo, ou
seja, para que a água se torne potável. O processo de tratamento de água a
livra de qualquer tipo de contaminação, evitando a transmissão de doenças.
Numa estação de
tratamento de água, o processo ocorre em etapas:
Coagulação: quando a água na sua
forma natural (bruta) entra na ETA, ela recebe, nos tanques, uma determina
quantidade de sulfato de alumínio Al2(SO4)3. Esta
substância serve para aglomerar (juntar) partículas sólidas que se encontram na
água como, por exemplo, a argila.
Floculação: em tanques de concreto
com a água em movimento, as partículas sólidas se aglutinam em flocos maiores.
Decantação: em outros tanques, por
ação da gravidade, os flocos com as impurezas e partículas ficam depositadas no
fundo dos tanques, separando-se da água.
O processo seguinte é a decantação, fenômeno pelo qual os flocos vão ficando mais pesados, tendendo a se depositar no fundo dos
tanques decantadores sob a ação da gravidade, diminuindo sensivelmente a
turbidez da água. A decantação pode
ser simples quando empregados apenas tanques ou decantadores onde a água
atravessa com baixa velocidade, ocasionando a deposição das partículas sólidas
mais pesadas.
A decantação com coagulantes
(Sulfato de Alumínio e Magnésio), indicada para eliminar partículas finas e de
difícil deposição, utiliza-se de produtos coadjuvantes como os polieletrólitos.
O lodo decantado fica no fundo do
decantador ou nos elementos facilitadores como as aletas(acessório), os
condutos, gerando a necessidade de limpeza periódica. Ou seja, é o processo
pelo qual se verifica a deposição dos flocos que concentram as impurezas pela
ação da gravidade dentro de um determinado tempo no fundo dos decantadores,
promovendo, pouco a pouco, a
sedimentação das partículas.
Filtração: a água passa por filtros
formados por carvão, areia e pedras de diversos tamanhos. Nesta etapa, as
impurezas de tamanho pequeno ficam retidas no filtro.
A filtração consiste na passagem da água por um filtro que retém os
flocos que não sedimentaram, bem como as bactérias e demais impurezas em
suspensão na água. Todo lodo produzido e armazenado no sistema de decantação
necessita ser descartado, e isso ocorre pela ocasião da lavagem dos
decantadores e filtros com bombas de alta pressão.
Da mesma forma, no SAA de
Promissão, após a decantação, a água passa pelos filtros onde as partículas não
sedimentadas ficarão retidas no leito filtrante. Este é constituído por camadas
de carvão antracito e areia, os quais fazem a filtragem da água com o apoio de
camadas de pedregulhos e cascalhos em tamanhos variados. Depois da água passar
pelo leito filtrante é recolhida em um reservatório de água filtrada. Periodicamente os filtros são lavados para
remover as partículas retidas no leito filtrante, invertendo-se o fluxo da
água.
Desinfecção: é aplicado na água cloro
ou ozônio para eliminar microorganismos causadores de doenças.
Observações:
A Fluoretação é aplicado
flúor na água para prevenir a formação de cárie dentária em crianças.
Correção de PH: é aplicada na água uma
certa quantidade de cal hidratada ou
carbonato de sódio (barrilha).. Esse procedimento serve
para corrigir o PH da água e preservar a rede de encanamentos de distribuição.
RESERVATÓRIOS
O reservatório de distribuição de água constitui em elemento do sistema de abastecimento de
água destinado a regularizar as variações entre as vazões de adução e de
distribuição e condicionar as pressões na rede de distribuição.
Definição e Finalidades
Os reservatórios são unidades hidráulicas de acumulação e passagem de
água situados em pontos estratégicos do sistema de modo a atenderem as
seguintes situações:
-
garantia da quantidade de água (demandas de equilíbrio,
de emergência e de anti-incêndio);
-
garantia de adução com vazão e altura manométrica
constantes;
-
menores diâmetros no sistema;
-
melhores condições de pressão.
Classificação
- enterrado (quando
completamente embutido no terreno);
- semi-enterrado ou semi-apoiado(altura
líquida com uma parte abaixo do nível do terreno;
- apoiado (laje de
fundo apoiada no terreno);
- elevado
(reservatório apoiado em estruturas de elevação);
- stand pipe
(reservatório elevado com a estrutura de elevação embutida e modo a manter
contínua o perímetro da secção transversal da edificação).
De acordo com a localização no sistema:
- montante (antes da
rede de distribuição);
- jusante ou de sobras
(após a rede).
Volume a armazenar
Reservas
Os reservatórios de distribuição são dimensionados de modo que tenham
capacidade de acumular um volume útil que supra as demandas de equilíbrio, de
emergência e anti-incêndio.
Reserva de equilíbrio
A reserva de equilíbrio é assim denominada porque é acumulada nas horas
de menor consumo para compensação nas de maior demanda, ou seja, como o consumo
é flutuante e a vazão de adução é constante, principalmente nas aduções por
recalque, nas horas em que o consumo for inferior a demanda o reservatório
enche para que nas horas onde o consumo na rede for maior o volume acumulado
anteriormente compense o deficit em relação a vazão que entra.
REDE DE DISTRIBIÇÃO
Chama-se de sistema de distribuição o conjunto formado pelos
reservatórios e rede de distribuição, subadutoras e elevatórias que recebem
água de reservatórios de distribuição, enquanto que rede de distribuição é um
conjunto de tubulações e de suas partes acessórias destinado a colocar a água a
ser distribuída a disposição dos consumidores, de forma contínua e em pontos
tão próximos quanto possível de suas necessidades.
É importante, também, o conceito de vazões de distribuição que é o
consumo distribuído mais as perdas que normalmente acontecem nas tubulações
distribuidoras. Tubulação distribuidora é o conduto da rede de distribuição em
que são efetuadas as ligações prediais dos consumidores. Esta tubulação pode
ser classificada em condutos principais, aqueles tais que por hipóteses de
cálculos permite a água alcançar toda a rede de distribuição, e secundários,
demais tubulações ligadas aos condutos principais.
Área Específica
Em um sistema de distribuição denomina-se de área específica cada área
cujas características de ocupação a torna distinta das áreas vizinhas em termos
de densidade demográfica e do tipo de consumidor predominante. Chama-se de
vazão específica a vazão média distribuída em uma área específica.
As áreas específicas podem ser classificadas em função da predominância
ou totalidade de ocupação da área, da seguinte maneira:
·
áreas residenciais;
·
áreas comerciais;
·
áreas industriais;
·
mistas
Zonas de Pressão
Zonas de pressão em redes de distribuição são cada uma
das partes em que a rede é subdividida visando impedir que as pressões dinâmica
mínima e estática máxima ultrapassem os limites recomendados e
preestabelecidos.
Nota-se, então, que uma rede pode ser dividida em
quantas zonas de pressão forem necessárias para atendimento das condições
técnicas a serem satisfeitas.
Convencionalmente, as zonas de pressão em redes de
abastecimento de água potável estão situadas entre 15 e 50 mca, tolerando-se
até 60 mca em até 10% da área e até 70 mca em até 5% da mesma zona, como
pressão estática máxima, e até 10 mca em 10% e até 8 mca em até 5% da mesma
zona para pressão dinâmica mínima. Em circunstâncias especiais, para populações
de até 5000 hab, pode-se trabalhar com até 6 mca com justificativas garantindo
que não ocorrerá riscos de contaminação da rede.
Classificação
Normalmente as redes de distribuição constituem-se de
tubulações principais, também denominadas de tubulações tronco ou mestras,
alimentadas diretamente por um reservatório de montante, ou por um de montante
e um de jusante, ou, ainda, diretamente da adutora com um reservatório de
jusante. Destas principais partem as secundárias das quais saem praticamente a
totalidade das sangrias dos ramais prediais. As redes podem ser classificadas
nos seguintes grupos:
a)
de acordo com o traçado,
· ramificada (pequenas
cidades, pequenas áreas, comunidades de desenvolvimento linear, pouca largura
urbana, etc);
· malhada (grandes cidades,
grandes áreas, comunidades com desenvolvimento concêntrico, etc ).
b) de acordo com a
alimentação dos reservatórios,
· com reservatório de
montante;
·
com reservatório de jusante (pequenos recalques ou
adução por gravidade;
·
com reservatórios de montante e de jusante (grandes
cidades);
·
sem reservatórios, alimentada diretamente da adutora
(pequenas comunidades).
c) de acordo com a água distribuída,
- rede simples (rede
exclusiva de distribuição de água potável);
- rede dupla (uma rede
de água potável e uma outra de água sem tratamento, principalmente quando
há dificuldades de obtenção de água de boa qualidade).
d) de acordo com o número de zonas de pressão
- zona única;
- múltiplas zonas
(comunidades urbanas com desníveis geométricos acentuados - mais de 50m ou
muito extensas).
e) de acordo com o número de condutos distribuidores numa mesma rua
- distribuidor único;
- com distribuidores
auxiliares (conduto principal com diâmetro mínimo de 400 mm);
- dois distribuidores
laterais (ruas com tráfego intenso, largura superior a 18 m e dependendo
do custo da reposição do pavimento).
Traçados dos Condutos
A redes de distribuição dos sistemas públicos de abastecimento de água
constituem-se de seguimentos de tubulação denominados de trechos que tanto
podem estar em posições tais que terminem em extremidades independentes como em
início de outros trechos. Desta maneira a disposição dos trechos podem também
ser de tal forma que formem circuitos fechados. De acordo com ocupação da área
a sanear e as características dos arruamentos, os traçados podem resultar na
seguinte classificação:
ramificados; traçado espinha de peixe e traçado em grelha.
malhados;
mistos.
Embora as redes ramificadas sejam mais fáceis de serem dimensionadas, de
acordo com a dimensão e a ocupação urbana da comunidade, para maior
flexibilidade e funcionalidade da rede e redução dos diâmetros principais,
recomenda-se que os condutos devem formar circuitos fechados quando:
- área a sanear for
superior a 1 km2;
- condutos paralelos
consecutivos distarem mais de 250 m entre si;
- condutos principais
distarem mais de 150 m da periferia;
- vazão total
distribuída for superior a 25 l/s;
- for solicitado pelo
contratante;
- justificado pelo
projetista.
Condições para
Dimensionamento
No dimensionamento hidráulico das redes de distribuição devem ser
obedecidas determinadas recomendações que em muito influenciarão no resultado
final pretendido, como as que seguem:
- nos condutos
principais o Qmáx deve ser limitado por uma perda limite de 8m/km;
- o diâmetro mínimo
nos condutos principais deverão ser de 100 mm e nos secundários 50 mm
(2"), permitindo-se particularmente para comunidades com população de
projeto de até 5000 hab e per capita máximo de 100 hab, o emprego de 25 mm
(1") para servir até 10 economias, 30 mm (1.1/4") até 20 e 40 mm
(1.1/2") para até 50 economias;
- ao longo dos trechos
com diâmetros superiores a 400 mm deverão ser projetados trechos
secundários com diâmetro mínimo de 50 mm, para ligação dos ramais
prediais;
- condutos com
diâmetros superiores a 400 mm não deverão trabalhar com velocidades
superiores a 2,00 m/s;
- deve-se adotar, no
mínimo, uma rugosidade equivalente de 1 mm para trechos novos e 3 mm para
os existentes.
Localização e Dimensionamento dos Órgãos Acessórios
A malha de distribuição da rede não é composta somente de tubos e
conexões. Dela também fazem parte peças especiais que permitem a sua
funcionalidade e operação satisfatória do sistema, tais como válvulas de
manobra, ventosas, descargas e hidrantes.
Os circuitos fechados possuem válvulas de fechamento (em geral registros
de gaveta com cabeçote e sem volante) em locais estratégicos, de modo a
permitir possíveis reparos ou manobras nos trechos a jusante. Nos condutos
secundários estas válvulas situam-se nos pontos de derivação do principal.
Nos pontos deverão ser indicadas válvulas de descarga (registros de
gaveta com cabeçote) para possibilitarem o esgotamento dos trechos a montante,
no caso de eventuais reparos. Estas válvulas poderão ser substituídas por
hidrantes. Nestes casos deve-se ter o máximo de esmero na localização e
drenagem do local para que não haja perigo de contaminação da rede por retorno
de água esgotada.
Nos pontos mais altos deverão ser instaladas ventosas para expurgo de
possíveis acúmulos de ar no interior da tubulação. No caso de existir ligações
de consumidores nestes pontos a ventosa poderá ser economizada em função dos
custos de aquisição, instalação e manutenção e de maior garantia contra
eventuais infiltrações de água contaminada nos condutos, embora, em sistemas de
distribuição medidos e intermitentes possa haver um pequeno prejuízo financeiro
para o usuário.
De um modo geral deve-se observar que:
- em um nó com três ou
mais trechos deve haver válvula de fechamento;
- as válvulas de
descarga deverão ser no diâmetro do trecho e no máximo de 100 mm;
- habitualmente a
distância máxima entre hidrantes é de 600 m.
ADUÇÃO
Definição
É o conjunto de encanamentos, peças especiais e obras de arte destinados
a promover o transporte da água em um sistema de abastecimento entre captação e
reservatório de distribuição;
- captação e ETA;
- captação a rede de
distribuição;
- ETA e reservatório;
- ETA e rede;
- reservatório à rede;
- reservatório a
reservatório.
Classificação
- de acordo com a
energia de movimentação do líquido: gravidade, recalque e mista;
- de acordo com o modo
de escoamento do líquido: livre, forçada e mista;
- de acordo com a
natureza da água: bruta e tratada (Figura V.1).
Figura V.1
- Esquema da terceira adutora de Campina Grande
ASPECTOS ECONÔMICOS
As obras de saneamento básico urbano provocam um acréscimo na vida média
da população servida, numa diminuição da mortalidade em geral e, em particular
na infantil e como consequência uma maior eficiência nas atividades econômicas
desta, pela redução do número de horas perdidas com diversas doenças o que
possibilita o aumento da renda per capta nacional. Além disso ao se prevenir
possíveis doenças economiza-se no tratamento das mesmas.
CONSUMO DE ÁGUA E
RACIONAMENTO
A água é um bem precioso que deve ser consumido de forma racional.
Estudiosos apontam que, futuramente, a água poderá se tornar rara caso continue
ocorrendo desperdício. Em algumas regiões do mundo, principalmente nas mais
pobres, já ocorre a falta de água.
PROVAS
DE CONCURSOS –PASSANDO A LIMPO!!!
1.
(OPERADOR-COSANPA/2007)
Em uma Estação de Tratamento de Água (ETA) convencional, o reagente utilizado
para a correção do pH (elevar) é:
A) sulfato de alumínio.
B) sulfato ferroso.
C) polieletrólitos.
D) carbonato de sódio (barrilha).
2.
(CESAN-CESPE/2005)
Julgue os itens a seguir com relação aos processos de
tratamento de água.
54 Nas estações de tratamento de águas (ETAs), o
processo de coagulação é realizado na unidade de mistura rápida, que é sempre
um dispositivo hidráulico.
55 O processo de sedimentação é o fenômeno físico em
que as partículas suspensas apresentam movimento descendente em meio líquido de
menor massa específica, devido à ação da gravidade.
56 Na unidade de mistura lenta, ou floculador, ocorre o
choque entre as impurezas e o material floculante, que se aglomeram, formando
partículas maiores, denominadas flocos.
57 Na tecnologia
de tratamento denominada filtração direta, não há coagulação química.
3.
(CESAN-CESPE/2005)
Quanto aos sistemas de abastecimento de água, julgue os
seguintes itens.
70 Esses sistemas são elementos fundamentais para o
controle e a prevenção de doenças de veiculação hídrica, como a cólera, as
febres tifóides e as amebíases.
71 A partir da utilização de substâncias desinfetantes
como o hipoclorito de sódio no tratamento da água é que se obteve um grande
benefício em termos de saúde pública.
4.
(CESAN-CESPE/2005)
A qualidade da água é avaliada por um conjunto de
parâmetros físicos, químicos e biológicos que sintetizam as características da
água. Com relação à qualidade da água, julgue os próximos itens.
96 A turbidez é uma característica da água associada à
presença de partículas em solução.
97 A condutividade elétrica da água depende da
quantidade de sais dissolvidos na mesma.
98 O termo pH é usado para expressar a intensidade de
uma condição ácida ou alcalina de uma solução aquosa.
99 A dureza é uma característica conferida à água pela
presença de certos íons metálicos.
5. (OPERADOR-COSANPA/2007)
Em Estações de Tratamento de Água (ETAs) convencionais, o medidor Parshall é
muito utilizado porque, além de ser um medidor da vazão de água que chega na
estação, também serve como unidade de:
A) mistura rápida.
B) mistura lenta.
C) flotação.
D) desinfecção.
6. (OPERADOR-COSANPA/2007) Os sistemas de
abastecimento de água para consumo humano, normalmente, possuem Estações de
Tratamento de Água (ETA), principalmente quando utilizam mananciais
superficiais. Em uma ETA convencional (completa), quais são os principais
resíduos gerados pela estação?
A)
Água de lavagem dos filtros e material gorduroso.
B)
Água de lavagem dos filtros, lodo dos decantadores e rejeito de limpeza dos
tanques de produtos
químicos.
C)
Água de lavagem dos filtros e lodo dos decantadores.
D) Lodo dos
decantadores, material sobrenadante e óleos e graxas.
7. (OPERADOR-COSANPA/2007) Uma pequena Estação de Tratamento de Água (ETA),
no interior do Pará, opera com filtros lentos de areia.
Ao atingir o limite de
perda de carga, o filtro precisa ser limpo. A limpeza de um filtro lento é
feita com:
A) retrolavagem com água.
B) com ar e água.
C) retirada de uma camada
de areia de mais ou menos 15 cm.
D) retirada de uma camada
de areia de mais ou menos 2 cm.
8. (OPERADOR-COSANPA/2007)
Você é responsável pela operação de uma Estação de Tratamento de Água (ETA) que
utiliza o cloro como agente de desinfecção da água. De acordo com a Portaria nº
518/2004, do Ministério da Saúde, qual deve ser o teor mínimo de cloro residual
na saída da ETA?
A) 0,2 mg/L de cloro livre.
B) 0,7 mg/L de cloro combinado.
C) 0,5 mg/L de cloro combinado.
D) 0,5 mg/L de cloro livre.
(Já bati um papo!!!! Não vai errar essa!!!!!)
9. (AGENTE-COSANPA/2007) O
processo de coagulação ocorre em que unidade do sistema de abastecimento de
água?
A) Captação.
B) Adução.
C) Tratamento.
D) Reservação.
10. (AGENTE-COSANPA/2007)
Os lençóis freáticos (livres) e artesianos (confinados) são formados a partir
de qual processo do ciclo hidrológico:
A) Precipitação.
B) Evapotranspiração.
C) Escoamento superficial.
D) Infiltração.
11.(OPERADOR-COSANPA/2007) A
concessionária ou a permissionária do sistema de abastecimento de água é
responsável em manter e controlar a qualidade da água produzida e distribuída
para consumo humano. De acordo apenas com o padrão microbiológico, na saída da
Estação de Tratamento de água (ETA), considerando a pesquisa de Escherichia
coli (E.coli), o valor máximo permitido (VMP) é:
A) 5 em 100 ml.
B) ausência em 100 ml.
C) ausência em 80% das amostras analisadas.
D) ausência em 95% das amostras analisadas.
12.(OPERADOR-COSANPA/2007) O
principal parâmetro para medir a eficiência de uma Estação de Tratamento de
Esgoto (ETE) na remoção de matéria orgânica é o (a):
A) pH.
B) cor e a turbidez.
C) Demanda Bioquímica de Oxigênio.
D) oxigênio dissolvido.
13. (OPERADOR-COSANPA/2007)
Em uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), o gradeamento é uma unidade do
sistema de tratamento utilizada na remoção de:
A) sólidos grosseiros.
B) areia.
C) matéria orgânica.
D) material flutuante.
14. (OPERADOR-COSANPA/2007) A
camada de ESCUMA formada nos decantadores de Estações de Tratamento de Esgoto
(ETE) se forma:
A) no fundo do decantador.
B) logo acima da camada de lodo.
C) na superfície do líquido.
D) a 1/3 de profundidade.
15. (OPERADOR-COSANPA/2007) O
esgoto bruto de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) está sendo tratado
com a aplicação, por meio de uma bomba dosadora, de um produto químico novo. De
acordo com o fabricante do produto e a orientação do químico responsável pela
ETE, a vazão do produto (qp) deve ser igual a 0,04% da vazão (Q) de esgoto
bruto que chega na estação. Considerando as condições indicadas, qual deve ser
a vazão de produto químico que a bomba dosadora deve aplicar para uma vazão de
esgoto bruto que chega na ETE de
1,0 m3/s ?
A) 24,0 L / min.
B) 0,40 m3 / s.
C) 24,0 L / s.
D) 0,40 L / min.
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α β γ δ ∆ λ μ Ω ο ρ φ χ ψ ξ ε η θ π ∂ ∑ ∏ ℮ אօ ∞ ℝ ℕ ℚ ℤ Ø f◦g
½ ¼ ¾ ½ ⅓ ⅔ ⅛ ⅜ ⅝ ⅞ ² ³ ¹ º ª ₁ ₂ ₃ ₄ ≈ ≠ ≡ ∀ ∃ ⇒ ⇔ → ↔
∈∋∧ ∨ ⊂ ⊃ ∩ ∪ − + × ± ∓ ÷ √ ∛ ∜ ⊿∟ ∠→ ↑ ↓ ↕ ← ≤ ≥
outros
√ ∇ ∂ ∑ ∏ ∫ ≠ ≤ ≥ ∼ ≈ ≅ ≡ ∝ ⇒ ⇔ ∈ ∉ ⊂ ⊃ ⊆ ⊇ \ ∩ ∪ ∧ ∨ ∀ ∃ ℜ ℑ